30 de janeiro de 2012 às 8:59
Na área de 4.250 metros quadrados de uma
chácara em Suzano, município próximo à divisa com Ribeirão Pires, Dolores
Gonçalves, 60 anos, mantém assistência para aproximadamente 250 animais, sendo
30 gatos.
A dona de casa nunca teve ideia de montar abrigo para cuidar
de animais, mas a paixão pelos bichanos desde a infância lhe rendeu grande
responsabilidade hoje: amparar cães e gatos vítimas de maus-tratos,
abandonados, doentes, mutilados e famintos. Ela transformou sua chácara, onde
mora, em teto seguro para felinos e cachorros. E os números só crescem.
“Quando vim para cá, há dez anos, tinha 40 cães. Depois só
aumentou. Quem realiza essas ações é vítima de abandonos”, disse. A cuidadora
refere-se às ações de populares que, conhecedores de sua afeição por animais,
abandonam grandes ninhadas de filhotes em seu portão. Por esse motivo, ela
preferiu não divulgar o endereço.
Quando pequenos, são doados mais rápido. Já os maiores têm
menor procura, principalmente os acidentados. Alguns chegam a ficar anos e
outros nunca saíram de lá. À medida que atingem a idade, todos são submetidos à
castração.
A ajuda fornecida pela equipe do Clube dos Vira Latas,
entidade parceira que abriga animais em Ribeirão Pires, garante a cirurgia dos
bichos para evitar a reprodução desenfreada que enche os centros urbanos de
animais sem donos.
Os bichos são distribuídos em espaços separados. Por idade,
tamanho, temperamento ou tipo de doença. Cerca de 25 cachorros estão em fase de
tratamento quimioterápico e vivem separados dos demais. Tomam medicações
específicas e, mesmo doentes, são ativos e carinhosos.
O custo com remédios, castrações, produtos de limpeza, rações,
entre outras despesas, chega a R$ 15 mil por mês à dona de casa, que também
sobrevive por meio de doações. A conta é bancada inteiramente por
colaboradores. Para alimentar tantas bocas famintas é preciso, no mínimo, duas
toneladas de ração por mês – para adultos e filhotes. O foco é castrar,
medicar, alimentar e colocá-los para doação. Em média, 60 animais são adotados
por mês. Mas, a rotatividade é grande. “Tem época que as pessoas colocam
animais todos os dias no meu portão. Além disso, muitos são devolvidos. As
pessoas não têm paciência para cuidar. Alguns devolvem no dia seguinte”,
explica Dolores.
São tantos animais que sua casa, aos poucos, foi invadida
pela matilha. O micro-ondas virou estoque de remédios e o quarto transformou-se
na área VIP dos ‘filhos’. “Minha casa não é mais minha, é deles. Para mim é
normal. Não saberia viver sem.”
Para manter a área em ordem e limpa, quatro ajudantes dão
assistência diária à dona de casa. Apesar de tantos animais, os canis são
limpos, há ração e água para todos, além de ossinhos, casinhas e brinquedos.
Cuidadora busca apoio para
construção de canis
Todos os canis foram construídos por meio de doações. Para
poder abrigar os cachorros com mais comodidade, é preciso erguer, pelo menos,
mais quatro, segundo Dolores Gonçalves, 60. Os outros foram feitos com envio de
casinhas, telhas, areia, cimento e pedras. Para quem quiser ajudar basta
acessar o site
www.chacaradadolores.blogspot.com. No endereço eletrônico há também
fotos dos animais que estão disponíveis para adoação e daqueles que conseguiram
um lar.
Quem quiser contribuir financeiramente pode acessar o site
para ter acesso aos dados bancários da responsável. De acordo com Dolores,
“todas as doações são bem-vindas”. Rações, correntes, coleiras, produtos de
limpeza, cobertores, jornais, remédios, vassouras e sacos de lixo. Mesmo com
rotina cheia de afazeres por conta dos animais, ela minimiza o cansaço. “Cuidar
deles não tem preço. Não vivo sem isso.”
Fonte: Diário do Grande ABC
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