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Foto: Ove Hoegh-Guldberg/ University of Queensland via Reuters |
Um terço das águas territoriais australianas serão áreas marinhas
protegidas, com restrições à pesca e à exploração petrolífera e de gás
natural, anunciou o Governo nesta quinta-feira (14). Esta será a maior
rede de áreas marinhas protegidas do mundo.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira de manhã pelo ministro do
Ambiente australiano, Tony Burke, que revelou os mapas das regiões
marinhas a proteger, incluindo o Mar de Coral. No total, serão 3,1
milhões de quilómetros quadrados, ou seja, mais de um terço das águas
territoriais australianas. Assim, a rede de áreas marinhas protegidas
daquele país vai passar das actuais 27 para 60, reforçando a proteção a
vários animais. Nela estima-se que vivam 45 espécies de baleias e
golfinhos, seis espécies de tartarugas marinhas e 4000 espécies de
peixes, segundo a Fundação Australiana para a Conservação.
“Já é tempo de o planeta mudar quanto à proteção dos nossos oceanos”,
disse Burke no anúncio dos planos, citado pela rádio australiana ABC.
“E a Austrália está hoje a liderar esse caminho.”
Agora, esta rede de reservas tem pela frente 60 dias de consulta pública.
“Esta nova rede de reservas marinhas vai ajudar a garantir que o
ambiente marinho e toda a vida que alberga continuem de boa saúde,
férteis e resistentes, para as próximas gerações”, acrescentou.
Para que o projecto saia do papel, o Governo australiano vai pagar
até 100 milhões de dólares australianos (79,4 milhões de euros) em
compensações aos pescadores comerciais que serão impedidos de operar em
alguns dos novos parques marinhos.
A rede marinha vai afetar também o setor da exploração petrolífera e
de gás natural. “Em todo o Mar de Coral há uma proibição à exploração”,
disse o ministro do Ambiente, acrescentando que existem outras reservas
onde esta atividade também será excluída.
A indústria pesqueira já reagiu. “Esta é uma notícia terrível e
aqueles que vão sofrer mais são as comunidades piscatórias”, disse Dean
Logan, responsável da Aliança Marinha australiana, que representa os
pescadores. Segundo Logan, a criação destas reservas vai levar ao
desaparecimento de 36.000 postos de trabalho.
A Fundação Australiana para a Conservação saudou a decisão do Governo
australiano, considerando-a “histórica” e algo que vai tornar o país
“líder mundial na proteção dos oceanos”. Ainda assim, a fundação
salientou, em comunicado, que várias zonas vão continuar ameaçadas pela
exploração humana dos recursos naturais. “A rede de parques proíbe a
exploração de petróleo e gás natural no Mar de Coral. Mas a maior região
do Nordeste continuará vulnerável”, disse o director da fundação, Don
Henry.
“Vamos continuar a trabalhar com os governos, a comunidade e todos os
participantes para melhorar a proteção das zonas que ainda não estão
abrangidas” por esta iniciativa, acrescentou.
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